quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Pedra Branca

O show do grupo Pedra Branca é algo que deve ser experimentado devido à riqueza do som e da execução primorosa das músicas. Há alguns anos conheço as músicas deste grupo e para mim é encantador, mágico, e dependendo do meu estado, pode ser transcendente. O grupo é formado  pelos seguintes músicos: Luciano Sallun, Aquiles Ghirelli, Daniel Puerto Rico, Flávio Cruz, Ana Eliza Colomar, Ricardo Mingard. Desta vez fui assisti-los no dia 20 de setembro de 2012 no Sesc Ipiranga.


Do programa temos o seguinte: “multiculturalidade criativa que o grupo desenvolve em suas sonoridades e pesquisas, integrando a música étinica tradicional mundial com vertentes da música urbana, cosmopolita contemporânea como o jazz, tri hop, dub, breakbeats, funk executados com identidade própria”.



Comecei a ouvir por indicação de uma música, depois acabei completamente envolvida pelo som. O envolvimento foi aumentando quando busquei as aulas de Tribal com a Shaide Halim que por um tempo acompanhou o grupo como dançarina, levando outras dançarinas, pessoas que conheço e admiro muito. Hoje a dançarina que acompanha o grupo é a Laíz Latenek que dança com muita intensidade e força.

Sobre o som, Pedra Branca faz com que viajemos pelo mundo sem sair do Brasil, de modo impossível de descrever. Ver e ouvir ao vivo permite sensações diferentes de ouvir o que é gravado em studio.  A primeira vez que ouvi, foi em uma rave, e compartilho que fui só para poder ver o grupo ao vivo, acabei ficando distante e perdi detalhes. Desta vez, estava no conforto de uma cadeira na primeira fila, mas o corpo exigia espaço para dançar porque o som envolve tanto que mente, corpo e alma se manifestam.

A riqueza da apresentação é imensa, traz a música, a dança e projeção visual. Para mim, foi impossível não dar destaque ao “plâncton que dançava”, os seres que vivem nas águas com os quais tive contato por anos, projetados pelo Vj Dhirak, entre tantas outras imagens. No figurino da Laíz, é possível ver uma ruptura do que é comum, é uma construção de artes visuais que veste uma artista dançante e vemos música em movimento.

domingo, 26 de agosto de 2012

Axé! Tecnomacumba!


Tecnomacumba é axé de todos que participam. Além da Rita, dos músicos e da bailarina, os próprios espectadores compartilham axé, dançando e cantando cultura brasileira. Esse banho de loção da cultura nacional aconteceu no dia 25 de agosto de 2012 no Sesc Belenzinho.

Tecnomacumba é o nome do projeto de mais de nove anos de Rita Benneditto nome que passou a usar neste ano de 2012, antes era Rita Ribeiro.

Iniciamos em clima de oração, com a música Divino, o mundo anda sem guia / making of da desgraça / road movie sem governo / ave-maria sem graça / o mal da naftalina”. Explosão com Saudação/Abertura, abre o show saudando as entidades da Umbanda e Candomblé na maior animação, cada orixá e entidade recebe sua saudação cantada por todos em coro, coisa linda de se ver e ouvir. Para animar mais segue com Moça Bonita, Uma rosa / Cor de sangue, cintila / Em sua mão / Um sorriso / Que nas sombras / Não diz nem sim nem não / Põe na boca a cigarrilha / E mais se acende o olhar / Que conhece o bem e o mal / De quem quiser amar. Animação total, afinal, já foi invocado todo o necessário para a alegria e diversão.


O show segue com Domingo 23, salve, Jorge! E vamos pra outra pra todo mundo pular novamente com Cavaleiro de Aruanda, chamamos por Jurema e saudamos Oxóssi, cantamos a lua e pulamos. Adiante com Babá Alapalá, que é uma entre as muitas histórias cantadas por Rita. E chega Xangô, o vencedor, gostosinha pra dançar. Depois a tranquila Oração ao tempo, música e lição lindas, Tempo, tempo, tempo, tempo / Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos / Tempo, tempo, tempo, tempo / entro num acordo contigo.

O vento bate na saia de Iansã, e fica tudo dançante novamente com A deusa dos orixás e Iansã, Rainha dos raios / Tempo Bom, Tempo ruim”. Chega a hora de Rainha do MarMinha sereia é rainha do mar / O canto dela faz admirar” e durante todo o show, a Rita Benneditto cantando e dançando! É muito axé! Voltamos às águas calmas, o momento É D’Oxum com entrada da bailarina dançando com as roupas e com a dança de Oxum e mais Mamãe Oxum.

Aí vem Coisa da Antiga, história de vida de muita gente e mais animação, Rita Benneditto   vestida de vermelho e bordada de santinhos, com muita presença cênica interpreta de forma caricata os personagens e vira uma velhinha para cantar “Bahia, / Oh África /Vem cá, vem nos ajudar /Na tina, vovó lavou, vovó lavou / A roupa que mamãe vestiu quando foi batizada” . Segue cantando Cocada saudando Cosme de Damião e, os ibejis e continua, Ai meu Deus se eu pudesse / Eu abria um buraco /Metia os pés dentro criava raiz / Virava coqueiro trepava em mim mesmo / Colhia meus côcos meus frutos feliz / Ralava eles todos com cravo e açúcar”. Ao terminar  Co-co-cocada , vem seu momento Roberto Carlos, como ela mesma disse, e começa a distribuir rosas para o público. Fala sobre a mudança de nome para nos deixar curiosos, mas não esclarece muito. Conta sobre o Projeto Tecnomacumba com mais de nove anos de vida, e sobre a importância da cultura brasileira tão rica e combinada de diversos povos.
Jurema deu um estrondo / Que toda a terra estremeceu / Por onde anda os companheiros da jurema / Que até hoje não apareceu”, segue o show com Jurema e já sentimos que está chegando o fim “Ô juremê juremá / É uma cabocla de pena/ Filha de tupinambá / Rainha das águas e areias / Nunca atirou pra errar”. O show chega ao fim com Tambor de Crioula, “Ô dá licença minha gente eu vou m´embora / Eu vou m´embora já está chegando a hora / Eu vou m´embora mas um dia eu volto aqui”.
(Raven Kirsh para HAM WebRadio)

domingo, 15 de julho de 2012

Show!


Wayne Hussey em São Paulo
(Texto e fotos: Raven Kirsh, para HAM Web Radio)


Wayne Hussey fez uma apresentação no dia 14 de julho no SESC Ipiranga, a princípio uma noite fria que foi aquecida pelo som e pelo carisma deste músico. Entrando no palco com uma garrafa de vinho e cumprimentando o público em Português, conta que o vinho o ajuda a falar melhor nosso idioma, mas que seguiria falando em Inglês mesmo. Assim começou o show, quebrando o gelo.





Mas a historia começa mesmo é na divulgação. As redes sociais andam com um papel importante para divulgação de eventos, além dos sites dos próprios artistas. Tenho acompanhado as notícias e toda a divulgação da banda The Mission e do Wayne Hussey através de inscrição no perfil da banda no Facebook. Acho importante esse cuidado que eles têm em manter seus apreciadores bem informados, é garantia de público. Além dos eventos que foram anunciados no perfil, também colocaram notícias das entrevistas que faria. Esta semana Wayne Hussey apareceu em TV aberta, no Programa Todo Seu, nas TVs on line Show Livre e TVABCD.

Seguindo a historia vem a aquisição do ingresso, que foi tensa! Como fui ao Cine Joia assistir à The Mission, estava cheio, imaginei que os ingressos pra apresentação solo acabariam logo. Fiquei preocupada e coloquei na cabeça que precisaria chegar cedo no dia que as vendas das entradas se iniciassem. Cheguei numa das unidades do SESC – eles têm um sistema que diversas unidades vendem os ingressos para os diversos eventos – e, dito e feito, muita gente comprando ingressos. Respirei fundo, e pensei, “Ainda consigo o meu! Esse pessoal todo não vai pra mesma apresentação que eu”. Foi passando o tempo, uma hora passou e nada de chegar a minha vez. Quase duas horas depois, “Minha vez!”, vi o mapa do teatro e fiquei apavorada, quase todo tomado... Mas tinha um lugarzinho lá na primeira fila pra mim! Comprei um bom lugar. E sim, em pouco mais de duas horas os ingressos se esgotaram! Fica a dica para quem quiser ir a apresentações com poucos lugares e com bons preços, que se preocupem em adquirir logo o ingresso.


Enfim, o show! Após sua entrada e comunicação com o público, Wayne começa tocando “Beyond the pale”, parece que ele abre sempre com esta música, em seguida toca “Shades of green” e depois pergunta o que o público gostaria de ouvir. Alguém no fundo grita “Love me to death” e, ele começa a tocá-la. Segue tocando a música que escreveu para a esposa “Like a child again”, uma das que ele sabe que tocará em todo apresentação que fizer. O pessoal segue pedindo músicas, mas dessa vez ele diz que ele vai tocar algo novo, pedem mais uma música conhecida qualquer e ele diz algo como “Eu sei que vocês querem escutar essa música, é o que vou tocar”, e começa a tocar “I’m falling”. Segue tocando cover da Björk, “Unravel”, que está no álbum “Curious” que gravou com Julianne Regan (da banda All about Eve e, também o vocal feminino de “Severina”).



Começa a tocar “Dragonfly”, a primeira música que ouvi de The Mission nos primeiros anos de faculdade. Porque como dizem por aí, a música conecta pessoas, e meu gosto por rock gótico aflorou, certamente, com amigos que tive na universidade. Lembro de terem me emprestado o cd Aura, e me apaixonei pelo som. Segue outro cover que achei o máximo, “Ashes to ashes” do David Bowie e que também está no álbum “Curious" – Hussey-Regan). Mais um apanhado de The Mission com: “Island in a stream” e “Serpent’s kiss”.


Entre um bloco de músicas e outro, entre as trocas de instrumentos, Wayne vai falando com a plateia, num clima muito gostoso. Brinca que seus instrumentos estão à venda. Quando pega seu ukelele para tocar, alguém grita “cavaquinho” e, ele responde que não é o instrumento brasileiro. E toca com o ukelele: "Blush""; She conjures me wings"; "Shelter from the storm"; "Happy birthday to the Family", quando ele comenta que algumas pessoas da família dele estavam fazendo aniversário e pede ajuda do público. Lembrando que o show do Cine Joia com The Mission foi um dia depois do aniversário do Wayne, e também cantamos “Parabéns a você”.


Descontraído, como parece que sempre é, conversando com o público, conta a historia de que agora é um músico profissional, coisa brasileira, como ele disse, pois esta semana foi fazer o exame para a Ordem dos Músicos do Brasil. Disseram a ele que chegaria para fazer o exame da ordem e faria uma audição para duas “senhorinhas” (old ladies) e era só. Chegando lá, ele falou com uma mulher, que não tinha muito a ver com a ideia que lhe tinham passado e esta anotou seus dados e o encaminhou para a sala da audiência. Lá ele encontrou as senhorinhas de acordo com o que lhe tinham descrevido, achou bom ter levado seu violão, pois os que tinham por lá pareciam de “brinquedo”. Mas como não levou seu teclado, acabou usando um pequeno que tinha por lá e fazendo piada com isso, fez sinais de que tocou usando só os dedos indicadores, quando estava terminando de tocar, uma das avaliadoras pediu para continuar porque ela gostava da música, ele estava tocando algo do Elvis.



Além de tocar as músicas as mais pedidas e as não tão pedidas da banda The Mission, tocou além dos covers citados: U2, The Cure, Depeche Mode, Hank Williams, além de Happy Birthday e White Christmas. E eu acrescento que para ficar melhor para mim, só incluir na lista “Enjoy the silence” que também está no álbum “Curious” e dar um jeito de colocar algo de Joy Division. Quem quiser ver o setlist completo e ouvir é só acessar setlist.fm.



Depois de umas duas saídas e entradas, Wayne Hussey termina o show tocando “Butterfly on a wheel”. Foi um encerramento lindo! O coro foi emocionante. E Wayne terá público garantido onde quer que toque em São Paulo, pois estamos completamente encantados por ele.