domingo, 15 de julho de 2012

Show!


Wayne Hussey em São Paulo
(Texto e fotos: Raven Kirsh, para HAM Web Radio)


Wayne Hussey fez uma apresentação no dia 14 de julho no SESC Ipiranga, a princípio uma noite fria que foi aquecida pelo som e pelo carisma deste músico. Entrando no palco com uma garrafa de vinho e cumprimentando o público em Português, conta que o vinho o ajuda a falar melhor nosso idioma, mas que seguiria falando em Inglês mesmo. Assim começou o show, quebrando o gelo.





Mas a historia começa mesmo é na divulgação. As redes sociais andam com um papel importante para divulgação de eventos, além dos sites dos próprios artistas. Tenho acompanhado as notícias e toda a divulgação da banda The Mission e do Wayne Hussey através de inscrição no perfil da banda no Facebook. Acho importante esse cuidado que eles têm em manter seus apreciadores bem informados, é garantia de público. Além dos eventos que foram anunciados no perfil, também colocaram notícias das entrevistas que faria. Esta semana Wayne Hussey apareceu em TV aberta, no Programa Todo Seu, nas TVs on line Show Livre e TVABCD.

Seguindo a historia vem a aquisição do ingresso, que foi tensa! Como fui ao Cine Joia assistir à The Mission, estava cheio, imaginei que os ingressos pra apresentação solo acabariam logo. Fiquei preocupada e coloquei na cabeça que precisaria chegar cedo no dia que as vendas das entradas se iniciassem. Cheguei numa das unidades do SESC – eles têm um sistema que diversas unidades vendem os ingressos para os diversos eventos – e, dito e feito, muita gente comprando ingressos. Respirei fundo, e pensei, “Ainda consigo o meu! Esse pessoal todo não vai pra mesma apresentação que eu”. Foi passando o tempo, uma hora passou e nada de chegar a minha vez. Quase duas horas depois, “Minha vez!”, vi o mapa do teatro e fiquei apavorada, quase todo tomado... Mas tinha um lugarzinho lá na primeira fila pra mim! Comprei um bom lugar. E sim, em pouco mais de duas horas os ingressos se esgotaram! Fica a dica para quem quiser ir a apresentações com poucos lugares e com bons preços, que se preocupem em adquirir logo o ingresso.


Enfim, o show! Após sua entrada e comunicação com o público, Wayne começa tocando “Beyond the pale”, parece que ele abre sempre com esta música, em seguida toca “Shades of green” e depois pergunta o que o público gostaria de ouvir. Alguém no fundo grita “Love me to death” e, ele começa a tocá-la. Segue tocando a música que escreveu para a esposa “Like a child again”, uma das que ele sabe que tocará em todo apresentação que fizer. O pessoal segue pedindo músicas, mas dessa vez ele diz que ele vai tocar algo novo, pedem mais uma música conhecida qualquer e ele diz algo como “Eu sei que vocês querem escutar essa música, é o que vou tocar”, e começa a tocar “I’m falling”. Segue tocando cover da Björk, “Unravel”, que está no álbum “Curious” que gravou com Julianne Regan (da banda All about Eve e, também o vocal feminino de “Severina”).



Começa a tocar “Dragonfly”, a primeira música que ouvi de The Mission nos primeiros anos de faculdade. Porque como dizem por aí, a música conecta pessoas, e meu gosto por rock gótico aflorou, certamente, com amigos que tive na universidade. Lembro de terem me emprestado o cd Aura, e me apaixonei pelo som. Segue outro cover que achei o máximo, “Ashes to ashes” do David Bowie e que também está no álbum “Curious" – Hussey-Regan). Mais um apanhado de The Mission com: “Island in a stream” e “Serpent’s kiss”.


Entre um bloco de músicas e outro, entre as trocas de instrumentos, Wayne vai falando com a plateia, num clima muito gostoso. Brinca que seus instrumentos estão à venda. Quando pega seu ukelele para tocar, alguém grita “cavaquinho” e, ele responde que não é o instrumento brasileiro. E toca com o ukelele: "Blush""; She conjures me wings"; "Shelter from the storm"; "Happy birthday to the Family", quando ele comenta que algumas pessoas da família dele estavam fazendo aniversário e pede ajuda do público. Lembrando que o show do Cine Joia com The Mission foi um dia depois do aniversário do Wayne, e também cantamos “Parabéns a você”.


Descontraído, como parece que sempre é, conversando com o público, conta a historia de que agora é um músico profissional, coisa brasileira, como ele disse, pois esta semana foi fazer o exame para a Ordem dos Músicos do Brasil. Disseram a ele que chegaria para fazer o exame da ordem e faria uma audição para duas “senhorinhas” (old ladies) e era só. Chegando lá, ele falou com uma mulher, que não tinha muito a ver com a ideia que lhe tinham passado e esta anotou seus dados e o encaminhou para a sala da audiência. Lá ele encontrou as senhorinhas de acordo com o que lhe tinham descrevido, achou bom ter levado seu violão, pois os que tinham por lá pareciam de “brinquedo”. Mas como não levou seu teclado, acabou usando um pequeno que tinha por lá e fazendo piada com isso, fez sinais de que tocou usando só os dedos indicadores, quando estava terminando de tocar, uma das avaliadoras pediu para continuar porque ela gostava da música, ele estava tocando algo do Elvis.



Além de tocar as músicas as mais pedidas e as não tão pedidas da banda The Mission, tocou além dos covers citados: U2, The Cure, Depeche Mode, Hank Williams, além de Happy Birthday e White Christmas. E eu acrescento que para ficar melhor para mim, só incluir na lista “Enjoy the silence” que também está no álbum “Curious” e dar um jeito de colocar algo de Joy Division. Quem quiser ver o setlist completo e ouvir é só acessar setlist.fm.



Depois de umas duas saídas e entradas, Wayne Hussey termina o show tocando “Butterfly on a wheel”. Foi um encerramento lindo! O coro foi emocionante. E Wayne terá público garantido onde quer que toque em São Paulo, pois estamos completamente encantados por ele.