domingo, 4 de março de 2018

Revoluções da minha vida.

Esse texto vem da modificação de outro que uma amiga me pediu em 2017, e conta sobre revoluções pessoais. O título original: Revoluções de uma “vida cigana” crochetando e dançando. Aqui, apenas revoluções da minha vida.

Crochetar é tão significativo e revolucionário pra mim que poderia passar horas falando, mas passarei escrevendo. Vou contar do princípio para imergir em quem leia essa profusão de significados. Desde criança, 8 anos, faço crochê. Observava minha mãe fazendo e pedi pra que me ensinasse – sempre fui curiosa e gosto de aprender. Queria mais roupas pras minhas bonecas Lacinho, fazia roupas de inverno . Depois fui crescendo e fazendo outras coisas, mas nada muito significativo, até que de tanto estudar, não dava mais tempo, já no ensino médio estudava em tempo integral e bem longe de casa.

Retomei o crochet nos meados dos anos de faculdade porque eu precisava de complemento de renda – mudei para o Rio Grande do Sul. Nesse período voltei a criar coisas diferentes de acordo com os desafios que me davam, além de fazer "tradicionais tapetes e jogos de banheiro".

Mandala de mesa

Terminada a faculdade, retornei pra São Paulo, um monte de coisas me aconteceram e comecei a dançar, sonho de infância. Comecei com aulas de Dança do Ventre. Parei um ano. Quando voltei pra dança, em 2009, encontrei uma professora encantadora e dedicada, a Andreza Santana – primeiro Dança do Ventre, depois passei a fazer também Dança Cigana; e uma professora inspiradora, a Shaide Halim, com quem comecei a estudar Tribal. Aí já comecei a fazer os pompons, admirando figurinos e uma vontade imensa de me jogar nisso, mas com muitos receios ainda. Precisei parar o Tribal, mas segui na Dança do Ventre e na Dança Cigana.

Um xale bem diferente de pompons com barbante ecológico. Fotos da amiga Simone Fernandes, artesã da Hail, the mail: saia, choli turco e top de ATS.


Mudei pro Rio de Janeiro a trabalho e meu maior receio era não ter onde fazer aulas de dança, maior receio do que me mudar, do que me comprometer a ir e vir toda semana, pois trabalhava lá e fazia pós graduação no final de semana aqui em São Paulo. Foram 8 meses indo e vindo da Ilha do Governador, onde encontrei, a três quadras de casa, uma escola de dança – Viva! – e a professora Kalin Morgana Nunes pra dar continuidade às minhas práticas de Dança Cigana, pelo menos, já que eu não teria como dar continuidade às demais. Era um trabalho temporário e um ótimo desafio, aplicando conhecimentos de graduação em Oceanologia e pós em Geoprocessamento e o anterior curso técnico em Edificações... Ao finalizar os trabalhos no Rio, voltei pra São Paulo. Na sequência tive uma contusão que me deixou parada com pé engessado por 2 meses. Fiz algum crochet, uns xales, para não enlouquecer por ficar em casa, mas foi um bom descanso, pois eu tinha sido chamada pra trabalhar 6 meses e fiquei 8, na vida de dormir em ônibus de viagem toda sexta-feira vindo pra Sampa, indo direto pra aula da especialização, e toda segunda-feira chegando ao trabalho depois de ter passado a noite dormindo num bus (Foi intenso e pesado, mas tinha toda energia pra isso).

Xales em ponto segredo - Meditativo.

“Consertada” da contusão, quis voltar às aulas de dança. Já havia feito aulas de Tribal em 2009, mas em 2012, a Shaide não tinha mais turma de Tribal. Aí encontrei a Escola Campo Das Tribos da Rebeca Piñeiro, com quem fazia aulas de ITS (Improvisational Tribal Style) e Tribal Fusion. O primeiro xale que vendi foi pra uma amiga que fiz em aula – hoje continuamos amigas. Eu já tinha interesse em figurino, resolvi que seria algo por esse caminho que deveria seguir. Decidi estudar modelagem de vestuário na ETEC Carlos de Campos, por desejo de desenvolver melhor criação, prática e elucidar algumas curiosidades sobre Moda. Nesse período já fazia mais xales e acessórios de inverno, que são minha principal produção até hoje. Durante o período dos 3 semestres do curso técnico, na dança houve mudanças após a ida da Rebeca para a Califórnia para estudar com a Caroleena Nericcio, aulas de ITS, trocamos pra ATS (American Tribal Style), e a Lilian Kawatoko ficou como professora da turma da qual eu fazia parte; e o Tribal Fusion, ficou com a Mariana Maia; e eu acrescentei na minha vida: poledance!

Xale de ponto segredo para figurinos de Tribal Fusion, ATS, Dança Cigana e para o dia a dia para estilo BoHo. Fotos da amiga Simone Fernandes, artesã da Hail, the mail: saia de ATS

A Lilian, além de sister studio (certificação Fatchance Bellydance), é estilista, e teve a fantástica ideia do Projeto lab.in, que abraçou meus xales, e estes conseguiram chegar mais longe, pela loja Khalidah. Aqui ressalto a importância da colaboração entre mulheres para desenvolvimento mútuo, pois essas conexões que foram fazendo todas essas mulheres irem crescendo profissionalmente, e fui observando isso na minha própria vida, por isso, imensa gratidão à DANÇA e imensa gratidão ÀS MULHERES que estiveram neste caminho.

Mais mudanças, porque a vida flui. Fui atrás da Lilian Kawatoko e da Mariana Maia que passaram a ensinar no Espaço Romany, onde conheci a Ellen Paim, pessoa admirável e que me convidou para escrever sobre esse meu trabalho (o crochê) e a dança no GypsyCraft. A Ellen, além de adquirir xales feitos por mim, também abraçou e recebeu meu trabalho na loja física da Corseteria Rose Skull, agora, Antonietta Corsets que eu adorava visitar pra ficar conversando.
Ellen Paim, amiga, professora de Dança de Estilo Cigano, bailarina deste mesmo estilo, e um xale acrescentando movimento e cor ao figurino, autêntico, original e inspirado. E num look BoHo urbano ;) 

Entre pedidos de clientes, um boom de amigurumis (bonecos feitos em crochet), mais produtos, criações, percebi a necessidade de voltar a estudar e me joguei na busca pelo entendimento da Administração. Precisei me afastar da dança. Mas amizades permaneceram, além de outras que vieram chegando, como a Adriana Claro, terapeuta, do espaço Equilíbrio em Essência, que ofereceu apoio para deixar alguns dos meus trabalhos à venda.

Polvo amigurumi, para vermos o potencial de criação a partir do uso da técnica do crochet, que às vezes vejo como uma escultura ou “impressão 3D”.


As minhas revoluções foram acontecendo ao me dedicar à vontade de infância de dançar que permaneceu, mesmo por todo o caminho percorrido antes que a dança entrasse na minha vida. E crochetar é a atividade que se entrelaça e sustenta minha dança.
De touquinha.

Hoje, a ideia é expandir e compartilhar conhecimento da técnica do crochê com aulas em oficinas, incluindo o enfoque terapêutico. Crochetar é uma técnica de tecelagem, por entrelaçamento de fios, leva o tempo que todo mundo merece se dar. Agulha é ferramenta criativa e de transformação dos fios em novas formas, além de criar pra si, é possível presentear com horas de dedicação pelo seu trabalho uma pessoa querida. É atividade tradicional, ancestral e meditativa, necessita de concentração e introspecção, pode ser mágica ou alquímica. E claro, pode ser aplicada de diversas formas. Pessoas de todas as idades têm se interessado pela técnica, e por suas possibilidades de criação.


(O tempo e o aconchego necessários)


Ao meu ver, os xales abraçam, protegem, embelezam, envolvem, acrescentam movimento e cor, são histórias tecidas, e símbolo dessa minha trilha que espero que tenha sempre mais e mais mulheres aprendendo, compartilhando, apoiando umas às outras.E nesse caminho sigo: tecendo ideias e entrelaçando fios.

(Xale em ponto segredo com apliques recortados de um tule bordado usado por uma noiva, ideia da Juliana Bertolini)


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quarta-feira, 1 de março de 2017

Carnaval

Esse ano, a partir de um convite, fui a um ensaio de escola de samba (do grupo de acesso de São Paulo). Estava numa bad e qualquer convite estava sendo melhor que ficar nela... E com a certeza de que o som da bateria ao vivo daria uma limpada na alma, porque sempre limpa.

Parte da fantasia: A cor do preconceito.
Aconteceu o que previ, a bateria lavou a alma, e fiquei lá assistindo à amostra grátis de ensaio, afinal, durante a semana, e sabemos que nem todo mundo está disponível. Ao som da batucada, olhei algumas fantasias de alas que estavam expostas simpatizei com uma, e era com ela que minha tia (quem me convidou) disse que entraria no Anhembi. Fomos falar com o coordenador de ala, porque ainda havia coisas a serem resolvidas, chamaram-me pra desfilar, não quis. Chamaram de novo, eu ouvi o som... e pensei "Bora meter o lôco", no mínimo, seria uma experiência diferente.
Até aí foi o contexto da decisão.

Agora vem parte da historia de vida.
Desde criança eu ouvia sambas enredos dos grupos especiais de São Paulo e do Rio de Janeiro, era quase um ritual pro meu pai. Chegava período de venda dos LPs, sempre se dava um jeito pra ele comprá-los ou ganhá-los. Aí, tooooodo final de semana todo mundo em casa era "meio obrigado" a ouvir (eu não ligava, era divertido... só quando fui ficando mais velha começou a incomodar, mas também diminuiu a frequência com que o pai ouvia e depois fui estudar longe, e nem sei quando esse hábito cessou). A parte interessante disso é que eu nunca tive preconceitos com o som, nem com o espetáculo em si. Desde "sempre" sabia que os sambas enredos contavam historias, que o espetáculo (desfile de todas) tinha uma construção conceitual (claro que só falo de conceitos agora, antes só entendia que carros e fantasias ajudavam a contar a historia da música). Eu só cansei de ouvir mesmo.

Vamos às opiniões sobre o que for surgindo em mente. (Sempre penso várias coisas, mas até escrever...).

- Minha opinião sobre a experiência de desfilar: é divertido (eu curto um palco se ainda não perceberam). É um espetáculo feito por muitos desde a criação até o desfile (é um mar de gente desfilando). É bonito, e rola aquela coisa comum em grandes eventos com muitas pessoas: o êxtase coletivo. Esse êxtase é uma energia, vibração, uma onda, sei lá o que ... (você sabe o que é, já sentiu) comum quando muitas pessoas estão juntas com um objetivo em comum, pode ser show de música, pode ser pelo time de futebol (não sou dessas, mas observo que rola), pode ser qualquer coisa. Ali desfilando, é parecido... pra uns mais intenso, pra outros menos intenso... da mesma forma que em qualquer outra situação. Teve bagunça de entrega de fantasias, mas todo mundo se ajudou (cooperação é uma coisa linda). Teve um cansaço monstro (chega-se muito antes, afinal é muita gente pra ser organizada, muita fantasia pra ser entregue), tem a preparação/caminhada até a entrada.... Mas.... foi o maior palco e maior platéia da minha vida...HAHAHAHAHA... E com um bando de gente que não conhecia, mas com algo em comum "Bora desfilar!". E conto pra vcs que só decorei tudo, ali na hora de entrar (ouvi, li e estudei um pouco antes, mas concluí enquanto a escola já tinha entrado pelo portão). Ah! Os carros alegóricos, são gigantes vistos do chão, bem diferente da visão da arquibancada.

- Minha opinião sobre materiais: Esse ano uma escola fez o desfile sem materiais de origem animal, acho uma ótima iniciativa! Linda mesmo! (Continuo omnívora, então, ainda rola consumo de animais mas toda mudança é válida) Os demais materiais: plásticos, tecidos, glitter, lantejoula, paetê, papel, isopor, os metais todos... enfim, é uma infinidade de material, não são menos prejudiciais, porque indiretamente, se não cuidados (e não são) afetarão ambientes e, consequentemente, seres vivos. Foi uma iniciativa legal, levou todo mundo a pensar. Mas outra coisa é que boa parte dos materiais são reaproveitados, porque o custo de executar esse espetáculo, mesmo com subsídios é beeeem alto, é muitaa gente envolvida e muito material. (não sei dar detalhes porque caí de para quedas na experiência, e só posso dizer o que observei, sem pesquisa... quem sabe um dia vou atrás de saber como é todo o processo)


- Minha opinião sobre trajes/fantasias: Tem a parte das alas, são pra formar massa, elas estão contextualizadas, mas boa parte é bem incômoda. Imagina carregar isso tudo, por mais que se usem materiais leves, o efeito visual precisa ser marcante e cada criador tem seu estilo de composição. Sobre a pouca roupa de algumas pessoas que desfilam (aqui é que acho que a polêmica poderia ser maior) é que cada um sabe o que vai vestir, quem vai de salto sabe que vai de salto, quem vai com quase tudo de fora, sabe que será assim, é uma escolha e acho que merece respeito... o problema mesmo só vejo nos "close errado" que apareciam na tv  (já não assisto mais, então não sei dizer se algo mudou); é ruim super exposição? É pra quem não quer se expor, mas e se a pessoa quer? Por que ficamos "cuidando" (na ideia sulista) tanto disso? Qual é nosso real problema com isso? (é uma pergunta pra reflexão).
Eu estava atrás da moça no centro da foto :o) Desfile da Camisa Verde e Branco 2017 - A revolta da chibata

- Sobre a música/som e enredo: é samba, há quem goste e há quem não goste, e tudo bem... Afinal, gosto é pessoal, assim como opinião; sabemos dos nossos, respeitamos os dos outros sem impor os nossos sobre os outros. Sobre o enredo sei que existe pesquisa para o desenvolvimento dos temas, existe seleção dentro da comunidade da escola (não sei quem tem 'poder de voto'), ele vai contar uma historia. Sobre a bateria, gente, a bateria é algo muito bom! Já havia assistido ao desfile de campeãs uma vez, e ficamos em frente ao recuo da bateria (se foram assistir um dia, é perto desse recuo o lugar!, é de lavar a alma (pra quem gosta, claro... se vc não curte um barulho, nem tenta).

Enfim, é uma experiência válida, é algo divertido, precisa ter disposição, se for com pessoas conhecidas (fui em família <3 algu="" amigos...="" ando="" balan="" cantando...="" como="" curtir.="" dan="" e="" fazer="" fica="" interagir="" m="" melhor="" ou="" p="" quiser="" s="" sair="" se="" soci="" super="" vel="">

domingo, 16 de agosto de 2015

A Força


Declaro que sempre que preciso de conversas profundas, pra me ajudarem a entender algumas coisas e raramente tenho com quem conversar, ou quero buscar alguém para falar a respeito... e para sair de um looping infinito de pensamentos eu converso com minhas cartas de tarot.

E em alguns momentos e situações da vida, essas conversas se tornam mais frequentes.


Um questionamento de resposta óbvia que entra no looping infinito, mesmo que a resposta das cartas seja a mesma da minha mente... Acaba aliviando, de uma forma, colocando pra fora o que perturba.

Numa jogada de 3 cartas... A primeira introduz, problematiza e resolve tudo:  A FORÇA.
E vou colocar um trecho da problematização dada pela Liz Greene:
(...) por mais promissora que possa parecer a atitude do Leão, não devemos nos esquecer de que ele é um animal selvagem e que tem vícios próprios da natureza animal. E o aspecto evidente de uma pessoa mal conduzida é exatamente o impulso do "eu primeiro", que irá destruir qualquer um ou qualquer coisa que se interponha em seu caminho contanto que sua própria satisfação esteja garantida. A raiva é uma das manifestações desse impulso -- mas não a raiva sadia, que pode muito bem ser dirigida em situações específicas --, mas aquela ira incontida, furiosa e sanguinária que nos acomete sempre que não conseguimos o que queremos. Outro aspecto dessa fúria é o orgulho desmedido -- não o amor próprio, mas sim a auto-importância inflada e bombástica -- que pode nos tornar selvagens e incansáveis diante daqueles que se atrevem a nos ofuscar. O leão se parece muito com a criança enraivecida dentro de nós, ao mesmo tempo em que destrói cegamente aqueles que não nos obedece, naquele momento. Entretanto, se essa fera for dominada então poderemos fazer uso daquela pele mágica, que em termos psicológicos significa integrar o poder vital da fera fazendo-a servir ao ego e ao consciente responsável.
Assim, a conquista do leão não representa simplesmente uma matança, mas uma espécie de transformação para que a força e a determinação da fera possam se expressar pelo aspecto humano e não animal.


 

sábado, 18 de julho de 2015

Coisas da vida

Faz muito, muito, muito tempo que não conto nada por aqui... O motivo é: estou vivendo, e não ando com disciplina para escrever com frequência. E por que isso mudou hoje?

Estou num momento em que as coisas vão se encaixando, com calma... mas encaixando, alinhando. Alinhamento comigo mesma, é o que sempre quero.

Estudei um monte de coisas, um curso técnico em edificações, estagiei, efetivei, aí... mudei... Mudei até de estado... fui pro sul.

Fiz amigos que são amigos até hoje. Fui estudar Oceanologia, meus 5 anos se transformaram em 7 anos... Formamos uma imensa nova família.. Pra mim, foi grandioso... E uma imensa transformação ao fim disso. Voltei.

Aí, tentei me "encaixar" no mundo... fiz força, não deu.
Consegui um tempo lindo e pleno trabalhando com Formação em Educação Ambiental pra professores... foi lindo, mas curto. Aí... fiquei perdida. Mas ganhei uma amiga que não tenho com descrever.

E comecei a dançar também <3 p="">
Trabalhei em cursinho pré vestibular, no plantão de Biologia... foi lindo também, a orientação de estudo é muito mais interessante que a "passar informação". Fiz amigos lindos... experiência linda.

Continuei dançando <3 p="">
Fiz uma especialização em Educação... foi interessante, os estudos e meios para "melhor ensinar estão aí", colocar em prática... é complicado. Dei aula em curso técnico em meio ambiente... sim, foi complicado, porque nem os alunos têm aceitação para o que há de melhor nos meios de ensino... Rolou uma desilusão.

Precisava de mais dinheiro, voltei aos desenhos CAD (os vetores, a geometria), lá, do técnico em edificações. Mas estagnou, mesmo com dinheiro, estava difícil compreender e me encaixar no sistema... Aí, rolou um chamamento Ocenológico, nem pensei, fui e mudei... Mudei até de estado, de novo... fui pro RJ.

Trabalhei, ganhei uma família interestadual, como Oceanóloga... Fiz doideiras, ia pro Rio e voltava pra Sampa toda semana, porque estava estudando, de novo, especializando em Geoprocessamento (eu e os vetores, agora aliados por tabelas). Continuei dançando e aprendi mais da vida: confia e vai se for o que lhe chama. Acabou o tempo, voltei de novo.

Perdida de novo, a única disciplina era a dança.... e muito encantamento. Vi possibilidades.

Resolvi estudar de novo, outro curso técnico: modelagem do vestuário... Foi divertido, voltei a desenhar e a criar de alguma forma... voltando a ter sentido... e percebendo o real sentido: eu quero viver com qualidade de vida, não é necessário atravessar o mundo todo dia pra "ganhar o pão", vou me adaptar...
Novas amizades, agora, tribo... coisa doida, mas real.... E como inspira.

Várias coisas doidas aconteceram (acontecem muitas coisas doidas comigo... ainda bem que consigo lidar)... porque eu ouço com bastante atenção aquela voz interior, e como ela me orienta sempre!!! Graças!

E hoje, estou trabalhando em casa, com qualidade de vida, com alguns "privilégios" que me permitem manter esse trabalho com paz, com harmonia e com imensa satisfação e contentamento... esperando que ele me mantenha, para que eu tenha segurança e que comprove que a vozinha interior sempre me guia para o melhor caminho.

Nos dias de hoje, mantenho atividades físicas regulares que contribuem para além da sanidade física, a sanidade mental. O trabalho criativo, é o que sempre desejei. A parte de bem estar e "ambiente saudável" está se concretizando devido às escolhas que fiz: o que ficou e o que deixei ir. Trabalho em casa ganhando financeiramente muito menos do que se estivesse empregada, mas consigo ir a pé pra 80% dos lugares que preciso... correria não existe, existem muitas coisas para serem feitas num dia, mas cada uma com seu tempo, consigo cozinhar, ouvir música, criar/trabalhar, eu me sinto livre sendo quem sou.

Claro, sempre temos o que melhorar, mas faz parte... Coisas da vida.

são coisas da vida...
e a gente se olha e não sabe se vai ou se fica...

Qual é a moral? Qual vai ser o final dessa história?
Eu não tenho nada pra dizer por isso digo
Eu não tenho muito o que perder, por isso jogo
Eu não tenho hora pra morrer, por isso sonho

https://www.youtube.com/watch?v=rrk0Bi7RwJU